Cantora de "Pretty Little Baby", Connie Francis, morre aos 87 anos

Connie Francis, a estrela pop dos anos 1950 e 1960, cujos sucessos incluem "Pretty Little Baby" e cuja vida pessoal foi repleta de tristeza e tragédia, morreu. Ela tinha 87 anos.

Sua morte foi anunciada na quinta-feira por seu amigo e assessor de imprensa, Ron Roberts, que não forneceu imediatamente detalhes adicionais.

"É com pesar e extrema tristeza que informo o falecimento da minha querida amiga Connie Francis na noite passada", disse Roberts em um comunicado publicado no Facebook. "Sei que Connie aprovaria que seus fãs estivessem entre os primeiros a saber desta triste notícia."

Francis foi uma das artistas de destaque da era pré-Beatles, raramente saindo das paradas de sucesso entre 1957 e 1964. Capaz de atrair tanto jovens quanto adultos, ela teve mais de uma dúzia de sucessos no Top 20, começando com "Who's Sorry Now?" e incluindo as canções número 1 "Don't Break the Heart That Loves You" e "The Heart Has a Mind of Its Own". Como outras estrelas adolescentes de sua época, ela também estrelou vários filmes, incluindo "Where the Boys Are" e "Follow the Boys".

A cantora morena tinha apenas 17 anos quando assinou contrato com a MGM Records após participar de vários programas de variedades na TV. Suas primeiras gravações atraíram pouca atenção, mas depois ela lançou sua versão de "Who's Sorry Now?", uma antiga balada de Ted Snyder, Bert Kalmar e Harry Ruby.

Também teve pouco sucesso inicialmente, até Dick Clark tocá-la em seu programa "American Bandstand", em 1958. Francis lançou sucessos adolescentes como "Stupid Cupid", "Everybody's Somebody's Fool" e "Lipstick on Your Collar". Seus discos se tornaram sucessos mundiais, com ela regravando versões de suas canções originais em italiano e espanhol, entre outros idiomas. Seus shows pelo país esgotaram rapidamente.

Décadas após a gravação de "Pretty Little Baby" na década de 1960, a música ganhou popularidade nas redes sociais em 2025, aparecendo em vídeos no TikTok e no Instagram. Francis disse ao New York Times que a música passou despercebida quando foi lançada originalmente.

"É uma música fofa", disse Francis. "Eu não conseguia imaginar que ela tivesse o efeito que tem nas pessoas no mundo todo — é difícil de acreditar. Eu queria algo para o lado B de um single e escolhi algo que não desse concorrência ao meu lado A. Nem sei o nome do disco em que a coloquei. Mas acho que ela tem um toque de inocência neste momento caótico e se conecta com as pessoas."

Enquanto isso, um romance floresceu com o também ídolo adolescente Bobby Darin , que se ofereceu para compor músicas para ela. Mas quando seu pai ouviu rumores de que o casal estava planejando um casamento, invadiu um ensaio e apontou uma arma para Darin, encerrando o relacionamento e aparentemente colocando Francis em um caminho doloroso e traumático.

Ela relatou um pouco disso em sua autobiografia, "Who's Sorry Now?"

"Minha vida pessoal é um arrependimento de A a Z", disse ela à Associated Press em 1984, ano do lançamento do livro. "Percebi que havia permitido que meu pai exercesse influência demais sobre mim."

Seu pai, George Franconero, era um empreiteiro de telhados de Nova Jersey que tocava acordeão, e fez a filha aprender o instrumento assim que ela começou a demonstrar aptidão para a música. Quando ela tinha 4 anos, ele começou a marcar shows para ela, tornando-se seu empresário.

Embora sua carreira de atriz tivesse decaído em meados da década de 1960, Francis ainda era popular no circuito de shows quando se apresentou no Westbury Music Center em Westbury, Nova York, em 1974. Ela havia retornado ao seu quarto de hotel e estava dormindo quando um homem invadiu a casa e a estuprou sob a ameaça de uma faca. Ele nunca foi capturado.

Francis processou o hotel, alegando falhas na segurança, e um júri lhe concedeu US$ 2,5 milhões em 1976. As duas partes então fizeram um acordo extrajudicial por US$ 1.475.000, enquanto um recurso estava pendente. Ela disse que o ataque destruiu seu casamento e a fez passar por anos de turbulência emocional.

Ela sofreu uma tragédia em 1981, quando seu irmão George foi morto a tiros ao sair de casa em Nova Jersey. Mais tarde, naquela mesma década, seu pai a internou em um hospital psiquiátrico, onde foi diagnosticada com transtorno maníaco-depressivo. Em certo momento, ela tentou suicídio engolindo dezenas de comprimidos para dormir. Após três dias em coma, ela se recuperou.

Ela se casou quatro vezes e dizia que apenas o terceiro marido, Joseph Garzilli, valia a pena. Os outros casamentos duraram menos de um ano cada.

Concetta Rosemarie Franconero nasceu em 12 de dezembro de 1937, em Newark, Nova Jersey. Ela tinha apenas 3 anos quando seu pai lhe deu de presente um acordeão infantil. No ano seguinte, ela começou a cantar e tocar o instrumento em vários eventos públicos.

Aos 9 anos, ela começou a aparecer em programas de televisão, incluindo "Arthur Godfrey's Talent Scouts" e "The Perry Como Show". Foi Godfrey quem sugeriu que ela encurtasse seu sobrenome.

Clark a apresentou várias vezes no "American Bandstand", e ela disse anos depois que sem o apoio dele teria abandonado sua carreira musical.